Relação entre a qualidade do solo e a presença de nematoides em lavouras será assunto no 14º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha, de 12 a 14 agosto, em Bonito-MS
Para minimizar eventuais perdas em lavouras, é essencial entender sobre os nematoides e seu manejo. Dependendo do modelo de produção utilizado, a incidência desses pequenos vermes nas plantações pode deixar a produção mais vulnerável a prejuízos. Isso ocorre porque algumas espécies, as chamadas “fitoparasitas”, alimentam-se justamente das raízes das plantas. Quem faz o alerta sobre esse problema é o engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Guilherme Asmus, que vai ministrar palestra durante o 14º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha.
De acordo com o pesquisador, a rotação e a sucessão de culturas tem papel fundamental no aumento ou diminuição da população de nematoides no solo. Sistemas ou modelos de produção que alterem as condições físicas, químicas ou biológicas do solo, exercem mudanças na dinâmica das populações de nematoides. “O milho, por exemplo, era usado em rotação e agora passou a ser usado na safrinha. É importante que o produtor utilize um modelo de produção que não permita a evolução dos nematoides”, explica.
As principais espécies de nematoides observadas em Mato Grosso do Sul são os nematoides de galhas (Meloidogyne javanica), nematoide de cisto da soja (Heterodera glycines) e o nematoide reniforme (Rotylenchulus reniformis). Segundo o pesquisador, os plantios mais prejudicados por estas espécies são os de soja, algodão e feijão. Ele alerta, ainda, que algumas dificuldades nas lavouras podem confundir o produtor rural. “Muitas vezes pensam que é um problema ligado à fertilidade, quando na verdade se trata de um nematoide”.
Outro fator que pode contribuir para o aumento de nematoides são as condições do solo utilizado para o plantio. “A quantidade e a qualidade da matéria orgânica, a textura, a fertilidade química, densidade do solo, entre outros fatores, são determinantes”, ressalta o especialista.
Para minimizar os danos que esses pequenos vermes podem causas, o produtor pode tomar algumas medidas, como o uso de espécies de plantas resistentes ou tolerantes, além da prática da rotação de culturas. “Além disso, há outros fatores que contribuem para o manejo de áreas infestadas, tais como, o aumento do teor de matéria orgânica, descompactação do solo e zoneamento agrícola”, enfatiza.
Sobre o encontro – O 14º Encontro Nacional do Plantio Direto na Palha ocorre a cada dois anos, sempre em uma região produtora em destaque no Brasil. A programação contará com painéis cujos temas são voltados à técnica do plantio e seus benefícios, bem como palestras e debates sobre fitossanidade, manejo adequado do solo, entre outros assuntos. O plantio direto na cana-de-açúcar também será discutido, tendo em vista a crescente produção sucroenergética no Estado.
O evento, que será realizado nos dias 12, 13 e 14 de agosto, no Centro de Convenções de Bonito (MS), é promovido pela Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (Febrapdp), em parceria com a Fundação MS, Sistema Famasul e Embrapa Agropecuária Oeste, e conta com apoio do Sistema OCB-MS, Aprosoja MS, UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Unigran, Grupo Plantio na Palha (GPP) e outras instituições. As inscrições estão abertas e podem ser realizadas no site da Febrapdp o www.febrapdp.org.br.
