Estudantes do Distrito de Vista Alegre, em Maracaju, participaram de palestra realizada pela Fundação MS
18/10/2018 15h15
O uso do controle biológico e seus benefícios para a agricultura aguçou a curiosidade dos alunos do 8º e 9º anos da Escola Municipal Júlio Müller, no Distrito de Vista Alegre, em Maracaju. O tema foi apresentado por meio de uma palestra ministrada pela bióloga Dra. Juliana Simonato, responsável pelo Laboratório de Entomologia da Fundação MS. A ação contribui com o projeto Agrinho, que em Mato Grosso do Sul é de responsabilidade do Senar/MS e do Sistema Famasul.
As atividades contaram com o auxílio da equipe do laboratório, composta por Ana Carolina Ribeiro de Souza, Jéssica Escher e Helena Zanatta Corrêa. Juliana explicou aos alunos sobre os insetos e o que é o controle biológico, bem como sua importância para todo o meio ambiente. Falou, ainda, sobre os inimigos naturais, parasitoides e predadores, mostrando quais são os insetos mais comuns nas lavouras, entre outros assuntos relacionados ao tema.
O controle biológico é uma das formas naturais para ajudar a solucionar problemas com pragas na agricultura. Utilizando inimigos naturais, como as vespinhas parasitoides, é possível fazer com que o controle seja feito com menos uso de agrotóxicos, tornando-o mais natural possível. Os alunos puderam ver de perto uma coleção entomológica de pragas e inimigos naturais, bem como os insetos que são criados no Laboratório de Entomologia.
Também foi apresentado o trabalho desenvolvido pela Fundação MS. Um dos projetos em andamento é relacionado ao controle do percevejo marrom da soja, Euschistus heros, um dos maiores “vilões” da cultura da soja atualmente, através do parasitoide de ovos, Telenomus podisi.
A pesquisa consiste na liberação das vespinhas no campo para o controle biológico do percevejo. “Nós multiplicamos o percevejo em laboratório, com a finalidade de obter seus ovos e assim multiplicar os parasitoides, que posteriormente serão liberados a campo. Em média, 500 mil ovos são produzidos mensalmente. A maior parte deles é congelada para que, a partir do próximo mês, sejam utilizados em experimentos. Vamos iniciar as liberações em 4 áreas de soja, com o auxílio de um drone”, destaca Juliana.
O objetivo, segundo a bióloga, é verificar qual a quantidade ideal de ovos parasitados a serem liberados por hectare na cultura da soja. “A ideia é chegar a um número que realmente que proporcione um controle efetivo em nossa região, evitando o uso de produtos químicos. No entanto, se for necessário, serão utilizados inseticidas seletivos, ou seja, que atinjam a praga sem afetar os inimigos naturais. A validação e difusão dessa tecnologia para os produtores rurais é nosso maior propósito”.
Agrinho – O programa tem como objetivo geral promover a reflexão sobre temas, como: ética, cidadania, saúde, responsabilidade social, meio ambiente, diversidade cultural, consumo e sustentabilidade, com foco na conexão campo-cidade, por meio da promoção social do homem e da mulher do campo. Participam do projeto estudantes do 1º ao 9º ano do ensino fundamental, matriculados nas escolas da Rede Pública de Ensino.
Com a finalidade de divulgar as iniciativas do campo que valorizam o ciclo da água, bem como promover a produção de água paralela à produção de alimentos, o Senar/MS trouxe como tema do programa Agrinho 2018: “Produzindo água no campo: o Agro preservando o maior bem da Terra”.